Contra as bases norte-americanas no Japão

Milhares «cercam» <br> parlamento nipónico

Uma cadeia humana rodeou a sede legislativa japonesa para protestar contra a presença militar dos EUA no país, confirmando o ascenso da luta anti-imperialista no território.

Cerca de 15 mil pessoas participaram na manifestação de dia 24

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A desencadear a iniciativa realizada na capital do país, Tóquio, e no seguimento de outras acções de massas semelhantes, está a proposta de recolocação e ampliação do complexo militar que Washington mantém na ilha de Okinawa. Cerca de 15 mil pessoas, de acordo com a AFP, participaram na manifestação ocorrida domingo, 24.

A semana passada, um protesto nas proximidades da base dos EUA, que alberga 26 mil fuzileiros norte-americanos (cerca de metade do total dos militares presentes em solo nipónico), a Sul da maior ilha do arquipélago, terminou em confrontos com a polícia.

Cerca de 35 mil pessoas foram-se concentrando desde sexta-feira, 15, até domingo, 17, frente às instalações militares na cidade de Ginowan, exigindo a devolução de Okinawa ao Japão, sem bases. Organizações sindicais e sociais promoveram, naqueles dias, uma marcha de 22 quilómetros entre a praia de Henoko, cidade de Nago, onde os dois governos acordaram reinstalar a base norte-americana, e a actual base de Futenma. No estádio de basebol de Naha, decorreu um comício com similar propósito reivindicativo.

Os mesmos argumentos e palavras de ordem foram repetidas no último domingo em Tóquio, com os participantes a rejeitarem o estreitamento da aliança estratégica entre ambos os países e a repetirem as acusações que, baseadas em factos, têm contribuído para o crescimento da contestação à presença militar norte-americana em Okinawa e no restante território japonês: aumento da criminalidade e impunidade dos soldados dos EUA, incluindo quando se trata de crimes graves como a violação de adolescentes; contaminação do meio ambiente e outros constrangimentos e danos provocados às comunidades locais (ruído, mobilidade, etc.)

Os manifestantes garantiram, ainda, que não vão ceder à pressão exercida pelo governo nipónico. Neste particular, têm tido no governador de Okinawa um aliado especialmente tenaz e combativo. Takeshi Onaga tinha ontem, 27, agendada uma visita aos EUA para transmitir de viva voz a posição maioritária dos habitantes da região.

No passado mês de Março, Onaga exigiu a apresentação de um estudo de impacto ambiental sobre a construção de uma pista fora de costa na zona da nova base, colocando, dessa forma, «um pauzinho na engrenagem» posta em marcha para servir os interesses imperialistas.

No início deste mês, o governador da região reuniu com o ministro da Defesa do Japão, mas o encontro foi inconclusivo e as diferenças de opinião continuam, com o responsável político de Okinawa a prosseguir no apoio e na presença nas acções de protesto de massas.




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